A procura pelo primeiro emprego pode demorar meses, ser uma tarefa árdua, frenética e muitas vezes traumatizante para o jovem.
Sabemos que os jovens buscam a inserção no mercado de trabalho, como se fosse a única possível saída para um futuro que está logo ali, mas isso pode não ser uma tarefa fácil. Esse futuro está ligado a inclusão no mercado adulto que em sua maior parte não costuma dar espaço aos “marinheiros” de primeira viagem, é uma disputa dolorosa, mas que vai gerar aprendizado, crescimento, autoconfiança e responsabilidade para o jovem.
O adolescente Gabriel Alves de 17 anos estava nessa luta: “Estou no último ano do ensino médio e participei de muitas entrevistas de emprego desde que completei 16 anos, mas não me encaixava no perfil. As empresas querem alguém com experiência ou fazendo um curso, daí tive que me adequar. Só depois de 6 meses fazendo um curso de inglês profissionalizante é que me senti preparado e a minha escola me indicou pra uma entrevista, daí entrei e estou feliz demais”, sorridente desabafa o jovem.
O Brasil continua em estado de letargia quando se trata de possibilidades de inserção no mercado de trabalho. Praticamente um quarto dos trabalhadores brasileiros sofreu com ausência de emprego no primeiro trimestre de 2018. E quando tratamos de jovens, esses dados continuam alarmantes, 28,1% da população entre 18 e 24 anos estão desempregados e procurando uma colocação, segundo dados do IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, dados publicados em Maio de 2018. Os dados mostram que, entre jovens de 14 a 17 anos a ausência de oportunidades atinge 43,6%, excepcionalmente maior que em outras faixas, como de 25 a 29 anos que é de 11,9%.
Especialista em comportamento juvenil, o psicólogo Lee Oswald Siqueira da Enjoy Brasil Franchising, apresenta pesquisa interna com alunos da rede de escolas profissionalizantes. Participaram 5 mil jovens com idade entre 14 e 20 anos. Os dados da pesquisa mostram que nessa faixa etária a busca por uma oportunidade de inserção no mercado formal de trabalho pode ser muito dolorosa e frustrante para esses jovens.
“Vivemos junto com esses jovens uma angústia que ao mesmo tempo em que nos entristece também nos impele a ação. Desses jovens pesquisados 72% já haviam participado de entrevistas de emprego antes de iniciarem um curso profissionalizante, mas só 7% haviam conseguido uma oportunidade e desses, 4% não conseguiram permanecer no mercado de trabalho, dado as exigências e incompatibilidade de interesses entre as partes”.
Além disso, o comportamento nessa faixa etária é um peso que interfere no resultado. O que não deveria aparentemente ser considerado essencial, acaba por atrapalhar na hora da entrevista de emprego, de acordo com resultados da pesquisa que também ouve os empregadores e agências de recrutamento.
Algumas empresas do mercado de educação tem contribuído em muito para melhorar estas estatísticas em benefício aos jovens, exemplo disso, são as escolas da rede Enjoy Inglês Profissionalizante que se preocupam com o futuro desses jovens alunos. A parceria com programas reconhecidos, como é o caso do Programa Jovem Trabalhador, e com centenas de agências e empresas sérias, é um modelo de ação que estreita e une as pontas desse mercado. Centenas de jovens são encaminhadas ao mercado de trabalho todos os meses e grande parte deles encontra o tão sonhado primeiro emprego.
Isso nos leva a acreditar que empresas e escolas profissionalizantes têm um papel essencial nesse processo, pois a falta de conhecimento, aliada a inexperiência pode ser o ponto impeditivo para que esse casamento aconteça. O Brasil pode estar no caminho certo, quando empresas e sociedade, escolas públicas e privadas, assumem o compromisso de uma formação mais eficiente e focada nas necessidades essenciais da juventude brasileira.
Fonte: Exame