A tecnologia digital vem se introduzindo na sociedade há pelo menos três décadas. Entretanto, nada se compara com a mudança ocorrida nos últimos dez anos com a explosão dos smartphones. Ainda não existem convicções sobre o que seria o uso saudável da tecnologia, mas existe a certeza de que os pais estão sendo as cobaias de um grande experimento da humanidade: o de criar e educar a primeira geração mundial que cresce mergulhada no mundo digital.

Os recém nascidos da era atual crescem sob a mira dos flashs das câmeras de celulares e perfis no Instagram. Claro, a familiaridade com os toques de tela é essencial na educação e na vida profissional dos filhos, mas qual é a hora certa para fazer o primeiro contato? De acordo com as mais novas orientações da Organização Mundial da Saúde, nunca antes do primeiro ano de vida. Para as crianças de 2 a 4 anos, o tempo de tela não deve ultrapassar uma hora por dia.
Um artigo publicado recentemente por Jean Twenge, escritora e professora de psicologia na Universidade Estadual de San Diego, na Califórnia, explica que ainda não está claro se o uso excessivo das mídias digitais pode levar a depressão ou complicações na saúde mental. É necessário obter mais pesquisas nessa área, mas isso não significa que devemos ficar de braços cruzados.
A infância é um período de desenvolvimento rápido, além de ser uma era em que o estilo de vida da família deve ser adaptado para incentivar a saúde. A outra parte deste crescimento se dá na forma que as crianças aprendem: brincando. Para uma criança na pré-escola, por exemplo, é muito mais importante brincar longe das telas pretas do celular, algo que os colégios terão que saber lidar no pós pandemia.
“O desafio dos pais neste momento é maior, pois nunca antes na história eles se dedicaram tanto tempo aos filhos”, afirma Denis Sá, cofundador da Enjoy Inglês Profissionalizante. “Cultivar a leitura de livros de papel para as crianças, ao invés do uso de tablets ou outros formatos multimídia possui suas vantagens”, explica o empresário. Denis também ressalta que “não existe uma idade mágica a partir da qual a criança ou o pré-adolescente esteja pronto para lidar com todos os perigos que sabemos que podem se esconder das ferramentas digitais, por isso é importante estar cem por cento atento”, conclui.